A cada R$ 10 produzidos na Bahia, R$ 3 já estão comprometidos com dívidas

O alerta é do líder da oposição na AL-BA, Tiago Correia, diante da escalada de empréstimos solicitados pelo governo estadual

O endividamento do Estado da Bahia voltou ao centro do debate político após novas críticas do deputado estadual Tiago Correia (PSDB), líder da oposição na Assembleia Legislativa. Segundo ele, a política recorrente de empréstimos adotada pelo governo estadual compromete de forma significativa o futuro financeiro do estado.

De acordo com os dados apresentados pelo parlamentar, a Bahia já acumula R$ 27 bilhões em empréstimos, valor que equivale a aproximadamente um terço do orçamento projetado para 2027. Na prática, isso significa que a cada R$ 10 produzidos pela economia baiana, R$ 3 são destinados apenas para o pagamento de dívidas.

Tiago Correia afirma que o governo solicitou recentemente mais R$ 720 milhões, somando a 23ª operação de crédito, o que, segundo ele, evidencia um modelo de gestão baseado no endividamento contínuo, sem transparência clara sobre os impactos de longo prazo.

“O problema não é apenas pegar empréstimos, mas transformar isso em regra. Quanto mais o estado se endivida, menor é sua capacidade de investir em áreas essenciais como saúde, educação, segurança e infraestrutura”, alertou o deputado.

Especialistas em finanças públicas apontam que o crescimento acelerado da dívida pressiona o orçamento, reduz a margem de manobra do governo e transfere o peso das decisões atuais para as próximas gestões e para a população.

Para a oposição, o cenário exige debate público, clareza na destinação dos recursos e responsabilidade fiscal. Caso contrário, o estado pode entrar em um ciclo permanente de dependência financeira, com serviços públicos cada vez mais fragilizados.